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terça-feira, 16 de agosto de 2016

Palestra: Teologia Arminio-Wesleyana e Identidade da Igreja do Nazareno

      Quero louvar e agradecer a Deus pela vida do Superintendente do Distrito Paulistano Reverendo Mateus Ramos sua esposa Pra. Tania Ramos, suas filhas e toda a Igreja do Nazareno Jabaquara/SP, pela calorosa acolhida e pelo tempo de grande comunhão e aprendizado mútuo que tivemos!

      Fico feliz em ver uma igreja tão avivada, comprometida com o Reino de Deus e com o aprendizado de Sua Palavra!

      Certamente Deus foi glorificado, sua Igreja edificada e o Reino de Deus expandido!

A Deus toda Glória! 


https://www.facebook.com/lborduam/posts/1220963001268651?pnref=story











A Eleição Arminiana é Antropocêntrica?

     É comum a doutrina bíblica da salvação na perspectiva arminiana ser acusada por irmãos de linha calvinista de ser antropocêntrica; de pôr o homem como o centro da salvação; mas seria essa acusação verdadeira? 

     Vejamos: No arminianismo o primeiro decreto de Deus é a eleição de Cristo como o representante de toda a raça humana e o único Caminho de salvação.

    No calvinismo o primeiro decreto de Deus é a escolha de um grupo de pessoas específicas para serem salvas e, somente depois, Cristo é enviado para salvar esses privilegiados.
 
     Então, podemos concluir que enquanto no arminianismo Cristo é o verdadeiro Eleito (Is.42.1; Lc. 9:35) e nós só somos eleitos de acordo com a nossa relação com Ele (Ef. 1:4; I Jo. 5:12); no calvinismo Cristo se torna apenas um meio para salvar aqueles que já foram primeiramente escolhidos para serem salvos; Eis a diferença entre uma salvação cristocêntrica para uma salvação antropocêntrica.

Sola Fide! Solus Christus! 
 

Leia Menos a Bíblia!

      Sei que pode parecer controverso um pastor mandar as pessoas lerem menos a Bíblia Sagrada, mas vou explicar...

      Nunca na história da humanidade se leu tanto. Certamente um jovem hoje de 16 anos já leu mais do que Agostinho ou um dos grandes Pais da Igreja. No medievo por volta do século XIII uma família rica teria no máximo 3 livros: uma Bíblia Sagrada, um livro sobre a vida dos santos e um livro de oração e cada uma valendo em média o valor de uma pequena casa.

     Antes tinha se pouco acesso ao conhecimento, hoje temos tanta informação que o desafio é saber filtrar o que realmente é importante e dedicar tempo e profundidade com esses materiais.
   
     A diferença deles para a atual geração não é que eles leram mais, mas sim que leram com uma maior qualidade. A meditação que é uma disciplina espiritual cristã, tal qual o jejum e a oração, era levada mais a sério. Se tinha um foco em ter leituras, seja de livros ou da vida, com maior profundidade e contemplação.

     Um dos grandes livros que influenciaram uma geração e de maneira especial o grande pastor, teólogo e avivalista João Wesley foi o "Experimentando as Profundezas de Jesus Cristo" escrito pela Madame Jeanne Guyon. Nesse escrito ela ensina como investir tempo em trechos menores das Escrituras, orar as Escrituras e permitir que as Palavras encontrem eco e vida em todas as nossas esferas humanas e se tornem parte de nós.

     Considero de grande valia os planos de leituras bíblicas anuais e qualquer programa que incentive a leitura de toda a Escritura Sagrada; entretanto, percebo que na prática a maioria não consegue seguir essas regras, perdem o prazer de interagir com a Palavra e desanimam no meio do caminho e, até os que conseguem, por vezes fazem de maneira tão automática e robótica que não apreendem o verdadeiro alimento espiritual e transformador que elas precisam.

     Então, minha campanha é: leia menos a Bíblia de maneira superficial e ouse experimentar as profundezas de Jesus Cristo e desvendar tesouros escondidos e riquezas encobertas em pequenos versículos ou capítulos das Escrituras Sagradas; eles estão lá aguardando um aventureiro disposto a mergulhar profundamente nas águas do Espírito que levam a verdades eternas.

Medite mais, filtre melhor o que lê, o que escuta, o que assiste e verás uma melhora significativa em sua qualidade de vida espiritual e emocional.

Solus Christus! Sola Scriptura!

   

O que Azuza tem a ver com Genebra?

      É por falta de perspectiva histórica que muitas igrejas originárias do grande movimento pentecostal do inicio do século XX estão indo beber em fontes calvinistas. 

      O Pentecostalismo clássico e histórico é fruto direto do movimento wesleyano de santidade do século XIX, portanto nada devem ou precisam de fontes calvinistas a não ser para simples consulta e conhecimento da existência. 

      A cosmovisão do movimento armínio-wesleyano em conjunto com seu desdobramento pentecostal preenche satisfatoriamente os anseios atuais do pentecostalismo por mais solidez teológica e compromisso com a Palavra de Deus; unindo ortodoxia com ortopraxia. 

     Não será trazendo um modelo exclusivista, perseguidor, com um academicismo infrutífero e um modelo europeu de culto que salvaremos o pentecostalismo de serem reféns dos novos ventos de doutrinas como o neo/pós pentecostalismo ou os neojudaizantes. 

     Creio que será muito mais saudável recuperar as raízes históricas do pentecostalismo inicial para que esse movimento tão glorioso orquestrado por Deus não seja engessado por monumentos cessacionistas que sempre anatemizaram o pentecostalismo e possuem nitidamente um propósito proselitista e não de comunhão como muitos incautos pensam.

    Oremos e trabalhemos para que o pentecostalismo descubra suas origens históricas, percam a "síndrome de vira-lata" e percebam que Azuza em nada deve a Genebra.

      Voltemos as origens wesleyanas!